Eduardo Fernandez; Marta Moraes. 2019. Handroanthus botelhensis (BIGNONIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), ocorrendo exclusivamente em florestas pluviais nos estados de SÃO PAULO, municípios de São Paulo (Souza et al., 2009), São Miguel Arcanjo (Moraes s.n.), Sete Barras (Prance 6918), Cananéia (Sugiyama e Correa 923) e RIO DE JANEIRO, municípios de Nova Friburgo (Glaziou 12964). A localidade de coleta para o Rio de Janeiro é duvidosa de acordo com Gentry (1992). H. botelhensis ocorre em altitudes mais baixas em áreas pantanosas do que outros ipês simpátricos, normalmente entr 400 e 760 m de altitude (Gentry, 1992).
Árvore de até 20 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019). Popularmente conhecida como ipê, foi documentada em Floresta Ombrófila Densa associada a Mata Atlântica nos estado do Rio de Janeiro e São Paulo (Flora do Brasil 2020 em construção, 2019), principalmente em áreas pantanosas de solo encharcado (Gentry, 1992). No Rio de Janeiro, foi documentada uma única vez por A.F.M. Glaziou em meados do século XIX. Apresenta distribuição restrita, especificidade de habitat, AOO=24 km² e ocorrência em fitofisionomia florestal severamente fragmentada. No estado de São Paulo, cuja área territorial total encontra-se 68% inserida dentro do bioma Mata Atlântica, restam atualmente cerca de 13,7% de remanescentes florestais originais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Nos municípios paulistas em que a espécie foi documentada, restam entre 15% e 80% de remanescentes florestais originais (Aqui tem mata?, 2019). Apesar de ser encontrada em hábitat específico (áreas pantanosas), a espécie é comum onde ocorre (Gentry, 1992) e conta com registros efetuados dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral. Entretanto, é explorada especificamente por caiçaras em áreas costeiras do litoral sul paulista, inclusive dentro dos limites de Unidades de Conservação (Miranda e Hanazaki, 2008), além de apresentar potencial madeireiro (Lorenzi, 1992). Assim, infere-se declínio contínuo em EOO (possível extinção local no Rio de Janeiro), AOO, extensão e qualidade do habitat e possivelmente no número de subpopulações e indivíduos maduros. Assim, foi considerada Em Perigo (EN) de extinção neste momento. Devem ser incentivadas ações de pesquisa (distribuição e censo populacional) e conservação (in situ e ex situ, inclusão em Plano de Ação e Planos de Manejo) para garantir sua perpetuação na natureza.
A espécie foi avaliada pelo CNCFlora em 2013 (Martinelli e Moraes, 2013) e consta como "Quase Ameaçada" (NT) na Portaria 443 (MMA, 2014), sendo então necessário que tenha seu estado de conservação re-acessado após 5 anos da última avaliação.
Ano da valiação | Categoria |
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2012 | NT |
Descrita originalmente na Flora Neotropica por Gentry em Tabebuia, a espécie foi recomebinada recentemente sob o gênero Handroanthus na obra Systematic Botany 32: 664. 2007. Conhecida popularmente como ipê. Diferencia-se de H. alba e de H. vellosoi pelos folíolos inteiros e menos tomentosos que T. alba e pelas inflorescências mais abertas que T. vellosoi (Genty, 1992). No Parque Estadual de Carlos Botelho, H. botelhensis ocorre em altitudes mais baixas em áreas pantanosas, enquanto que T. alba ocorre em altitudes mais elevadas em áreas com solos mais bem drenados (Gentry, 1992).
Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 1 Residential & commercial development | habitat,occurrence | past,present | national | very high |
Perda de habitat como consequência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversidade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001). Vivem no entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, os quais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço, seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua área original, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça de extinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismo predatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porque existe pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulação imobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em área agrícola (Simões e Lino, 2003). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.1 Ecosystem conversion | 2 Agriculture & aquaculture | habitat,occurrence | past,present,future | regional | high |
Outrora recoberto integralmente pela Mata Atlântica e seus ecossistemas associados, restam atualmente cerca de 18,7% de remanescentes florestais no estado do Rio de Janeiro; já São Paulo, cuja área territorial total encontra-se 68% inserida dentro do bioma Mata Atlântica, restam atualmente cerca de 13,7% de remanescentes florestais (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018). Em Nova Friburgo (RJ), única localidade em que a espécie supostamente foi coletada por A.F.M. Glaziou no final do século XIX, mais da metade (44,78 %) das florestas originais já foi substituída por alguma outra categoria de de uso de solo (Aqui tem mata?, 2019). Nos municípios paulistas como a capital, São Paulo, São Miguel Arcanjo, Sete Barras e Cananéia restam 17,47%, 14,53 %, 69,97 % e 82,88 % de remanescentes florestais, respectivamente (Aqui tem mata?, 2019). | |||||
Referências:
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Estresse | Ameaça | Declínio | Tempo | Incidência | Severidade |
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1.2 Ecosystem degradation | 1.3 Tourism & recreation areas | habitat | present | local | medium |
O Parque Estadual do Jaraguá é margeado por duas grandes rodovias (dos Bandeirantes e Anhanguera) e recebe cerca de 360000 pessoas por ano. A espécie foi coletada próxima uma trilha em área de "campo", que sofre constantes incêndios (Souza et al., 2009). Há registro de invasão da espécie exótica de caramujo africano no Parque Estadual Carlos Botelho, SP (Eston et al., 2006). Populações caiçaras habitam restingas na Ilha do Cardoso (SP), utilizando de algumas espécies vegetais da Ilha (Miranda e Hanazaki, 2008). | |||||
Referências:
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Ação | Situação |
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1.1 Site/area protection | on going |
Encontrada nas seguintes unidades de conservação: PARQUE ESTADUAL CARLOS BOTELHO, SP, onde foi coletado o material-tipo, PARQUE ESTADUAL DO JARAGUÁ, SP e PARQUE ESTADUAL DA ILHA DO CARDOSO, SP. |
Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
A espécie foi avaliada como "Quase Ameaçada" (NT) e está incluída no ANEXO I da Lista Nacional Oficial de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção (MMA, 2014). | |
Referências:
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Ação | Situação |
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5.1.2 National level | on going |
Foi classificada como "Em Perigo" (EN). Lista vermelha da flora do Brasil (MMA, 2008),anexo 1. | |
Referências:
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Ação | Situação |
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2.1 Site/area management | on going |
A espécie ocorre em territórios que serão contemplados por Planos de Ação Nacional (PANs) Territoriais, no âmbito do projeto GEF pró-espécies: todos contra a extinção: Território São Paulo - 20 (SP) e possivelmente Território Vale do Paraíba - 30 (RJ). |
Uso | Proveniência | Recurso |
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16. Other | natural | whole plant |
Todas as espécie pertencentes ao gênero Handroanthus apresentam enorme potencial madeireiro, pois possuem a madeira intensamente dura, de boa aplicabilidade para a carpintaria e geral e também para a construção civil (Lorenzi, 1992). | ||
Referências:
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